Nas proximidades de São Paulo, esta casa de campo de 560m2 se molda perfeitamente ao declive de 9 m do terreno que chega em um bosque preservado de mata Atlântica.
A casa é formada por três volumes que se unem por uma grande empena de concreto que marca a entrada da casa e leva o olhar até o bosque atravessando os volumes de linhas simples que compõem a casa.
As paredes em tijolo maciço que são da mesma cor da terra que se encontra no local, nos dá a sensação que a casa brotou do chão. Para reforçar a sensação de adentrar a terra, após descer 16 degraus encontramos o acesso.
Um assentamento mais rústico do tijolo, com aproveitamento de resíduos e quebras do material fazem uma referência direta aos fragmentos grandes e pequenos que constroem a vida. As coberturas de todos os volumes são lajes verdes, o que permite uma integração total com a natureza do entorno.
O primeiro volume está semienterrado permitindo que a casa seja muito discreta para quem passa na rua e, no coração deste volume, há um grande shed com caixilhos de vidro que banha o espaço permanentemente com luz natural.
O interior dos volumes acabados em massa grossa com a estrutura aparente, igual a todas as redes de instalações, deixa em evidência que a estrutura interna de uma casa pode ser tão estética quanto funcional. Piso em madeira de reflorestamento, revestimento de ladrilho hidráulico com textura podotáctil nas paredes e piso de todos os banheiros cria uma experiência tátil e nos lembra que a natureza tem suas texturas côncavas e convexas.
A conexão dos quartos com o externo é feita por grandes janelas com uma segunda pele ripada de madeira que permite controlar a entrada de luz.
O último volume, que é o mais baixo (6m do nível da calçada), abriga áreas sociais e abertas para a paisagem, com um pergolado de gravetos de cipó rústicos.
O revestimento da piscina é em pedra natural hijau verde de origem vulcânica, com propriedades terapêuticas que conduzem à sensação de bem-estar que tem a conexão com a natureza. Os diversos tons de verde se intensificam em contato com a água que dá a mesma tonalidade do entorno criando a sensação de estar em um lago, do lado um deck de madeira que recebe uma escadaria escultural metálica de piso grade, que permite passagem da luz e de água através dela, e conecta com a cobertura que é um mirante para o infinito do bosque.
O Estudio Penha idealizou a casa conectada com a simplicidade da natureza e no interior é como se tirássemos a pele interna do projeto, expondo suas veias e esqueletos. A brutalidade deste conceito deve ser maestrado com cuidado de modo que o resultado estético não perca sua capacidade de poesia. Esta é nossa missão: manter o olhar curioso para o Belo e que este olhar mais leve e de possibilidades, seja também um novo olhar para a vida.
Bragança Paulista / SP
LOCALIZAÇÃO
2012
ANO DE PROJETO
650 m²
ÁREA
Vitor Penha
Verônica Molina
Daniela de Mattos Ferraz
Guto Vicentainer
EQUIPE
Engenheiro Luiz Gatti
EXECUÇÃO DA OBRA
Marcelo Magnani
FOTOS